Luís Carlos Luciano
Jornalismo e literatura se entrelaçam numa história de vida

O dedo em riste

O servidor estava concentrado ao telefone colhendo dados para um relatório.
Naquilo entra uma assessora afobada perguntando isto e aquilo e dizendo tal e tal coisa, sem perceber que o subordinado não podia perder o foco da conversa com a pessoa do outro lado da linha...
O sujeito então mostrou o dedo em riste para a chefe como se tivesse mandando ela catar coquinho em outro lugar, pois, ele estava super-ocupado...
Oras, não estava vendo?
A assessora não gostou muito, mas entendeu o recado e caiu fora.
Logo atrás aparece o prefeito.
Vê o fulano e o cumprimenta:
- Oi, tudo bem?
O servidor que continuava com o dedo em riste porque ainda nem tinha dado tempo para baixá-lo acena daquele jeito... 
O prefeito olhou, fechou o semblante e saiu pisando firme.
O servidor sentiu um frio na barriga, empalideceu, vermelhou e até perdeu o fio da meada da conversa ao telefone...
O prefeito, aparentemente, encarou aquilo como um fato sem explicação.
De fato sem explicação, mas o servidor foi depois pedir desculpas.
Tentar explicar o inexplicável e, por sorte, não sofreu nenhuma punição, mas passou um cagaço dos grandes...