Luís Carlos Luciano
Jornalismo e literatura se entrelaçam numa história de vida

O tombo do doutor

O Palomita, o pai, contou uma do doutor Ayrthon Barbosa Ferreira.

O ilustre advogado tinha um time de futebol douradense, o Cruzeiro do Sul. 
Ele costumava, do lado de fora do campo, a dar chutes a esmo, gesticular, berrar, se comunicando como podia com seus jogadores...
Antes de um jogo com o Operário, na Leda, começou a chover.
Quando chovia era impossível jogar na Leda por causa da lama. Grudava tudo... Então resolveram ir jogar na Colônia, em Indápolis, num campo gramado. E foram em cima de um caminhão, num ônibus, em carros...
Naqueles dias tinha chegado um baixinho paraguaio bom de bola como reforço do Operário. 
Esse jogador não conhecia o doutor.
Ayrthon era uma espécie de todo poderoso. 
Apesar de emotivo durante os jogos ele era muito respeitado e querido...
O Sapituca jogava no time do Operário e o gaúcho era o goleiro do Cruzeiro. 
Durante um lance gaúcho e Sapituca se trombaram e caíram no chão... Pronto... Começou um tumulto...
O doutor Ayrthon estava do outro lado do campo e correu para o lado da briga para o deixa disso... Quando passava perto do baixinho esse jogador esticou a canela entre as pernas do doutor e o doutor caiu deslizando a protuberância pelo gramado... Caiu e ficou demorando um tempo para se recompor...
Aytrhon não era de briga, ele queria só apartar. Quando saia uma briga ele rapidamente intercedia e controlava os ânimos...
Mas naquele dia o baixinho pensou que o doutor ia ajudar a bater no Sapituca...
O tumulto se desfez, acudiram o doutor.
O assunto mais comentado naquele dia, segundo o Palomita, foi o tombaço do doutor...