Luís Carlos Luciano
Jornalismo e literatura se entrelaçam numa história de vida

Fuscachambó - 29dez2000

O Fusca vestido de Papai Noel ficou uma gracinha. Aquele ho...ho...ho...que a criançada adora foi substituído pelo vruuuuu...vrummmm...cof... cof...O bigodão branco precisou de quase quilos de cola e quase acabou com o estoque de algodão da cidade. Mas ficou bonito, aquela coisa.
No lugar do chapéu vermelho, o Fusca usou uma sirene de Polícia para dar aquele tchan e abrir espaço nas ruas. O casaco com a mesma cor deu aquele ar de batman cor de rosa...as botas deram lugar aos pneus brancos e dê-lhe ho...ho...ho...pela cidade, ops!, ho...ho...nada, é vrummm mesmo, daqueles que parecem válvulas batendo desesperadamente...
O problema foi encontrar um saco decente e o problema maior ainda foi enchê-lo. Para parecer que o Natal deste ano é bem gordinho, o Fusca encheu o saco de fumaça preta e pendurou-o na traseira. O problema é que tinha um furinho de onde saia aquele fio de cor cinza com cheiro de biela queimada...
As renas, as renas, outro problema. Como elas não existem por aqui, o Fusca tratou de acopalhar na frente dois carneiros de gesso. Sei que foi aquela festa, aquela coisa gostosa, aquela alegria.
Mas criança é um bichinho esperto. Um deles chegou perto das renas que não eram renas e perguntou por que elas não tinham chifres...O Fusca não gostou muito da pergunta porque essa coisa de chifres não lhe agrada nem um pouquinho.
Mas o garoto insistiu e quis saber mais. O Fusca disse então que os chifres das renas eram iguais a dos humanos. O guri olha arregalhado. É, você sabe que eles existem mas não os vê. Bi...bi.