Luís Carlos Luciano
Jornalismo e literatura se entrelaçam numa história de vida

Fuscachambó 13agosto2000

Mulher bonita e volante não combinam muito bem quando ela está do lado de fora, andando pela rua de saia curta, e o motorista é meio desatento. Se for moto­queiro, pior ainda. Essa cena tem cheiro de Gelol.

João Bonitão, uma pessoa que entrou na fila três vezes para pedir para ser feio, quase se rala dias desses.

Trabalhando como uma moto-táxi, não resistiu a uma loira com um shortinho mos­trando o bumbum parecido com o da Carla Perez. Quan­do voltou a si, já estava quase subindo a moto no meio-fio, dando um fiasco danado.

Outro homem, esse já mais de idade, não teve a mesma sorte e entrou no muro como uma barata tonta que foge desesperadamente da chinelada.

Cena semelhante aconte­ce quando se inverte a or­dem dos fatores. O carro pode até ser feio e sujo, mas se tiver uma mulher bonita dirigindo, essa sem dúvida chama a atenção até do vo­vô.

Foi assim que dois sujei­tos se tromparam na calçada e o pintor passou a tinta na vidraça do prédio. Cenas de um cotidiano urbano, nada demais, a não ser o olho gordo em cima de algo bonito de se ver.

Engano quem pensa que esse comportamento é ex­clusivo do homem. Embora mais discreta (nem sempre, naturalmente) mulher tam­bém faz o mesmo.

O dia em que inventarem uma lataria transparente, a coisa vai pegar fogo. Pelo menos a cidade vai ficar mais arretada, isso sim. Aí o Fusca Cachambó vai ter muito mais estórias a contar.