Luís Carlos Luciano
Jornalismo e literatura se entrelaçam numa história de vida

Fuscachambó - 31julho2000

Jacinto Cabreira anda empolgado com a história de ETs e discos voadores que o jornal tem divulgado. Ele já anda matutando uma forma de espionar as naves espa­ciais para se apropriar de al­guma tecnologia, já que o Professor Pardal não sai das estórias em quadrinhos e só trabalha a peso de ouro para o Tio Patinhas.

Ele fica imaginando se conseguisse transformar o Fusca 69 em um rápido meio de transporte, desses que andam a velocidade da luz, flutuando no espaço, sem tráfego, sem lombada ele­trônica...seria uma maravilha, daria para ganhar bastante dinheiro como táxi.

Por isso ele nunca duvi­dou da inteligência dos extra-terrestres. Mas os seus so­nhos caem no vazio quando percebe que nada disso é palpável, se limita ao imagi­nário e olhando o seu carri­nho carecendo de uma boa reforma, volta a se consolar em uma garrafa de pinga.

Mas o sonho volta a per­turbar a sua mente. Fica pensando: e se em vez de um ET bonzinho e camarada, aparecer o chupa-cabras ? É ruim !

Pelo certo, pelo errado, achou por bem se acomodar com a vida terrena e as difi­culdades inerentes dela. De repente, em uma dessas via­gens cósmicas, surge uma chuva de pedras e a nave vira um bagaço.

Jacinto dá três soquinhos na madeira.

- Que nada, meu fusqui­nha já é meio arredondado, parece mesmo com um disco voador. Só falta sair do chão e passar dos 60 por hora. Só isso.